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Poesia enamorada


Lygia Sampaio

“Nosso sonho morreu. Devagarinho,

Rezemos uma prece doce e triste

Por alma desse sonho! Vá… baixinho…

Por esse sonho, amor, que não existe!

 

Vamos encher-lhe o seu caixão dolente

De roxas violetas; triste cor!

Triste como ele, nascido ao sol poente,

O nosso sonho… ai!… reza baixo… amor…

 

Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,

Foi sorrindo e cantando alegremente,

Que tu mataste o nosso sonho lindo!

 

Nosso sonho morreu… Reza mansinho…

Ai, talvez que rezando, docemente,

O nosso sonho acorde… mais baixinho…”

Florbela Espanca

 

 

“All Star”

“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você

O sal viria doce para os novos lábios

Colombo procurou as índias, mas a terra avistou em você

O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário

 

Estranho é gostar tanto do seu all star azul

Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras

Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador

Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar

E continuar aquela conversa

Que não terminamos ontem ficou pra hoje

 

Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu

Seu all star azul combina com o meu preto de cano alto

Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço

O tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato

 

Estranho é gostar tanto do seu all star azul

Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras

Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador

Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar

E continuar aquela conversa

Que não terminamos ontem ficou pra laranjeiras

Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador

Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te encontrar

E continuar aquela conversa

Que não terminamos ontem, ficou pra hoje.”

Nando Reis

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