Poesia emocional
Quem não sentiu saudade? Quem não sentiu todas as emoções e sensações humanas? Quem não? Quem sim? Nem que a gente esconda, a poesia mostra. Nem que a gente sinta vergonha, a poesia, assume. Viver o que tem de ser vivido. A poesia é companheira.
1. Poesia indicada pelo Bug Latino
“Adeus à Europa”
“Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
Vou morrer no meu país.
Qual ave errante, sem ninho,
Oculto peregrinando,
Visitei vossas cidades,
Sempre na Pátria pensando.
De saudade consumido,
Do velho pais tão distante,
Gotas de fel azedavam
O meu mais suave instante.
As cordas de minha lira
Longo tempo suspiraram,
Mas alfim frouxas, cansadas
De suspirar, se quebraram.
Oh lira do meu exílio,
Da Europa as plagas deixemos;
Eu te darei novas cordas,
Novos hinos cantaremos.
Adeus, oh terras da Europa!
Adeus, França, adeus, Paris!
Volto a ver terras da Pátria,
Vou morrer no meu país."
Gonçalves de Magalhães
(Paris, agosto de 1836)
2. Poesia indicada por Maria Lúcia Levert
“EGOÍSMO”
"Que me importa
amor
que seja dia
ou que seja noite iluminada
Que me importa
amor
que seja a chuva
ou um novelo de paz a madrugada
Que me importa
amor
que seja o vento
ou a flor o fogo mais aceso
Que me importa
amor
que seja a raiva
Que me importa
amor
que seja o medo."
Maria Teresa Horta
In “Minha Senhora de Mim”
Editorial Futura – 1974
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