Poesia e Sonho
- portalbuglatino
- 9 de abr.
- 1 min de leitura

“SONHO DOMADO”
“Sei que é preciso sonhar.
Campo sem orvalho, seca
A frente de quem não sonha.
Quem não sonha o azul do voo
perde seu poder de pássaro.
A realidade da relva
cresce em sonho no sereno
para não ser relva apenas,
mas a relva que se sonha.
Não vinga o sonho da folha
se não crescer incrustado
no sonho que se fez árvore.
Sonhar, mas sem deixar nunca
que o sol do sonho se arraste
pelas campinas do vento.
É sonhar, mas cavalgando
o sonho e inventando o chão
para o sonho florescer.”
Thiago de Mello
Nascido em Barreirinha (interior do Estado do Amazonas), no dia 30 de março de 1926, Thiago de Mello conquistou reconhecimento nacional e internacional, tornando-se um dos mais expressivos poetas contemporâneos do país. É autor de livros reconhecidos mundialmente, como “Faz escuro, mas eu canto”, “Silêncio e palavra”, “Manaus, amor e memória”, entre outros. Além de escritor, exerceu o jornalismo e serviu no Itamaraty como adido cultural no Chile, onde cultivou uma grande amizade com Pablo Neruda e Salvador Allende.
“Canção de outono”
“Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doudos
De outrora.
E vou à-toa
No ar mau que voa,
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.”
Paul Verlaine
tradução de Guilherme de Almeida
Receita de sonho: Poesia... Simples assim...