Tudo se faz apenas uma vez.
É sempre a primeira vez.
Apreciemos bem.
Aproveitemos o quanto pudermos.
1. Poesia indicada pelo Bug Latino
“Quando eu morrer”
Sepultai-me nas estepes
Na amplidão de uma colina…
Na fagueira e imaculada,
Bem-amada, Ucraína:
De onde eu ouço o retumbante,
Rio Dnieper a bramir,
Redimindo as verdes plagas,
Entre as vagas do porvir;
Rechaçando da Ucraína,
O mau sangue a rebramar;
Dos covardes, dos profanos,
Dos tiranos, para o mar.
Só então eu subirei,
Deixarei os mananciais,
E aureoladas cordilheiras,
Orarei, e finalmente…
Ao Senhor, e em Seu apreço,
Na harmonia de uma aurora,
Que até “agora”, desconheço!
Sepultai-me, e libertai-vos,
Dos grilhões, da adversidade,
Do inimigo, do algoz,
Na aurivoz, da liberdade!
Com o mau sangue se extinguindo,
Proclamai a liderança!
Com lauréis imorredouros,
Com os louros, da bonança.
E nesta imensa família
Livre, nova, e meritória,
Consagrai-me um instante,
Mas tocante… a memória!”
Taras Shevchenko
Ucraniano
2. Poesia indicada por Maria Lúcia Levert
“Quando nós formos velhinhos
Cá em casa os dois sozinhos
De pantufas e roupão
Se ainda me deres ouvidos
Vou buscar-te os comprimidos
E cuidar-te da tensão
Se a pensão der para pagar
E se o tempo nos chegar
Vou levar-te de viagem
Podemos ir num cruzeiro
Ver os dois o mundo inteiro
Nem que seja à outra margem
E tocar no gira-discos
Aquela nossa canção
Será que a menina dança
E me dá a confiança
De pegar na sua mão
Toca então no gira-discos
Aquela nossa canção
Eu juro não ir embora
E ficar a noite fora
Agarrado à tua mão
Quando nós formos velhinhos
E estivermos sentadinhos
No sofá a ver TV
Vou dizer-te minha Anita
Tu ainda és tão bonita
Quem te viu ainda te vê
Quando nós formos velhinhos
E estivermos bem juntinhos
Debaixo do cobertor
Vou dizer-te em tom malvado
Que ainda estou apaixonado
E desejo o teu amor”
Letra: José Fialho Gouveia
Música: Rogério Charraz
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