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“NINGUÉM TE PROTEGE DE NADA”, BUG SOCIEDADE


Ainda ontem vi um documentário preocupante sobre o alastramento da ultra direita no mundo. O que vi de pior é que nada tem a ver com ideologia e sim com exploração do trabalho e lucro, já que tudo é urdido por bilionários internacionais que concluíram que, num mundo que se preocupa com os não favorecidos, o lucro diminui – e as democracias traduzem essa preocupação. Perceberam? Se a democracia se preocupa com os desvalidos, fora com ela – e isso obtém investimentos multimilionários, atualmente.

O que isso quer dizer? Que cada um de nós é responsável por valores e devemos defende-los seja qual a for proposta vigente. Se isso não acontecer e a vida virar, ela pode pegar o desvalido do Paquistão ou da Palestina – ou pode pegar você, aqui no Brasil, como pegou tantos milhões, ultimamente.

Ouvir de um pai que ele quer proteger o filho da vida, não significa nada – afinal, quem consegue proteger alguém de alguma coisa? Um pai sai da Europa para passar férias maravilhosas na América; tem uma dor de cabeça e, 6 meses depois, percebe que por aquela dor de cabeça ter sido um aneurisma que já lhe rendeu 3 cirurgias lá em Nova Iorque, além da recuperação, ele ganhou uma dívida que já atinge 150 mil dólares – sim, porque na América não tem SUS e os tais bilionários, na época do Trump, forçaram acabar com o Obama-care – viu como as coisas se ligam? Viu que as borboletas podem apagar incêndios na floresta? Portanto, se não tivessem inventado as vaquinhas on-line, ele poderia morrer, ao invés de viver – mesmo tendo dinheiro pra sair da Europa pra passar férias em Nova Iorque.

Quando as pessoas bobamente falam que quem não é de direita é comunista – e, bem, não há outra forma de dizer – elas estão sendo usadas ou se deixando usar. Existem 300 partidos entre a ultradireita e a ultraesquerda – como elas não vêem o óbvio? O discurso de ódio, as fakenews, as contrainformações não nasceram das redes – foram plantadas e se disseminaram lá.

Querendo ou não, a nossa generosidade precisa ser democrática – afinal ninguém sabe se o menino que fuma crack na sua rua hoje pode ser a premonição do futuro de alguém que você conhece, em outro país. Se não houvesse SUS, quantos mais morreriam na pandemia, além dos nossos sofridos 700 mil? Não investir em cuidado significa perder – você estaria disposto a perder tanto quanto um pai? Um filho? Quanto de proteção você pode dar para a vida de alguém que ama, afinal? Vale mais arrumar uma “indicação política” e ele ter um emprego onde não ajuda ninguém ou vale mais fazer/ajudar a construir uma rede para o mundo, como uma corda feita por formigas?

Estamos chegando a um ponto onde os espertos podem ser os mais fáceis de usar porque a “vida te apeia” da indicação política mais forte – um camarão “te entope”, basta a vida querer, pense nisso...

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


“O que mais desejo a vocês é plenitude de vida.”

Rigoberta Menchú Tum


A vida. Com suas novidades sempre nos surpreende e nos vence em criatividade. A gente está tão distraída e empenhada no “nosso mundo” e nas nossa certezas, que nem percebemos que “tudo” está a acontecer bem devagar, até se tornar visível ou explodir. Sempre existem momentos inesperados, situações inacreditáveis e acontecimentos inesquecíveis.

Carlos Alcaraz foi o protagonista de um deles, este final de semana, vencendo o U.S. Open e tornando-se o número um mais jovem da história, do ranking mundial, com 19 anos. Assistir ao seu desempenho, à sua persistência imparável, quer tudo esteja a correr bem ou não, é impressionante. Podemos dizer que é por ser novo ou porque ele nasceu diferente, mas também podemos ver nele o que todos somos e nem sempre usufruímos. Todos somos capazes de perseguir o que desejamos mesmo que pareça impossível. Todos temos em nós aquela alegria e aquela obstinação. Viver sem medo do ridículo, sem vergonha dos outros, dar tudo o que temos em busca do que desejamos.

A vida não dá nada de graça, muito menos dá as respostas às nossas perguntas. Somos nós que precisamos ir em busca. É um erro achar que ter dinheiro, uma habitação, sistema de saúde, gente que nos protege, uma profissão segura, são as respostas e que isso significa ter tudo ou significa “conseguir”. Todos os dias acontecem sinais avisando que não é assim mas não queremos ver.

A senhora super saudável que tem o melhor seguro de saúde do mundo na sua cidade, e que fica doente numa visita a outra cidade. A mulher que casa com um cara rico para “resolver sua vida” e o cara fica com Alzheimer, assina papeis que o fazem perder todo o dinheiro e ela ainda fica com dívidas para toda a sua vida. A mulher a quem recusam todo o tipo de trabalho e oportunidade, que tentaram calar toda uma vida e que acaba como jornalista, escrevendo sobre essas pessoas. Os irmãos que sempre brigaram pelo enorme patrimônio dos pais e que no momento em que têm acesso à herança estão muito doentes e sem capacidade para aproveitar ou apreciar o que tanto perseguiram. A pessoa pobre que apenas quer ter uma vida digna mas que é maltratada diariamente e um dia ganha o euromilhões/megasena. A amante do filho da Rainha que um dia vira Rainha consorte. O homem que desejou ser Rei quando era jovem mas a vida deu-lhe essa função no final da vida. Em pleno século 21 um presidente de um país continental considerar como sua melhor qualidade, ser imbrochável. Um país maltratar, excluir, menosprezar, invisibilizar um escritor e depois ter de o receber com as maiores honras, após ele vencer o Prêmio Nobel da Literatura. Etc, etc, etc...

Nada podemos contra a força da vida. Pequeninos que somos deveríamos nos unir, nos proteger, nos amparar e ao mesmo tempo, estimular o máximo de cada um. Mas, não sei a razão, não o fazemos. Dizemos que o fazemos, achamos que o fazemos, mas não o fazemos. É bom, de vez em quando, pensarmos um pouco nisso e, quem sabe, ajustar as velas para continuar o caminho. É sensato fazê-lo, sempre que possível ou pelo menos sempre que levamos o susto da vida. Esperar por amanhã ou por melhores condições para viver de verdade, não é boa ideia. No incrível filme “Biutiful” (2010), uma mulher espírita aconselha um doente terminal a “resolver as pendências”. Eu diria que deveríamos resolver as nossas pendências a todo o instante.

Rigoberta Menchú, neta de Maias, Prêmio Nobel da Paz em 1992, é uma das pessoas que nos pode dar algumas respostas, estimular-nos a buscar as que não sabe e abrir algumas portas mágicas dos mistérios da vida. Deixo abaixo um link com esta senhora. Espero que sejam tocados pela sua sabedoria, como eu fui.

Ana Santos, professora, jornalista


DOCUMENTÁRIO Xadrez da ultradireita mundial à ameaça eleitoral https://www.youtube.com/watch?v=nvQl8C-OA2Q


Enseñanzas de Rigoberta Menchú Tum, la nieta de los mayas. Premio Nobel de la Paz


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