Como eu adoraria ler mais profundamente sobre as histórias do Orixás...Vejo tantas semelhanças nas formas de agir e pensar dos Orixás, na emoção, paixões, sensibilidades, quanto as que sempre amei ler nos heróis, deuses e semideuses gregos. A começar de Apolo – que pode facilmente ser comparado a Exu, dada a semelhança de suas funções no mundo humano.
Mas a história agora é de Xangô. O Deus da justiça. Aquele que tem a posse do Oxé e com ele assume a frente das batalhas. Aquele que se encantou com Iansã e por ela sentiu a dor do amor e a culpa por traído Ogum pelo mesmo amor.
Xangô, é como um aperitivo que aguça a nossa curiosidade, que pede mais livros para desenvolverem o assunto. Este, abre as portas da nossa vontade de conhecê-lo e a seus melindres, entendendo o funcionamento de seu reino. Há tantas histórias a contar, dentro da tradição oral do candomblé, que me fica o hiato da falta: a injusta prisão de Oxalá, ao visitar o filho e que deu origem às Águas de Oxalá – uma cerimônia das mais lindas e delicadas do candomblé, a amizade de Xangô com Ogum, o amor entre Xangô e Iansã – e isso só pra começar!
Deixa o enorme gosto de quero mais, isso sim.
ANA RIBEIRO, Diretora de teatro, cinema e TV.
A partir de hoje, teremos o prazer e a honra de divulgar livros da SOLISLUNA, editora baiana. Uma editora muito especial que funciona com amor, com verdade, com gentileza. O Bug Latino agradece o privilégio e a benção. Ler, aprender e divulgar. Como somos gratas...
“XANGÔ, Kawó Kabiyèsi Le!”, faz parte de um conjunto de livros sobre os Orixás. Aqui aprendemos sobre uma lenda de Xangô, deus Iorubá, considerado o Orixá da Justiça.
Pouco sei sobre Orixás, Candomblé, religiões de matriz africana. Quanto mais aprendo, menos sei. Mas quanto mais aprendo, mais admiro. Um universo mágico, rico e extremamente intenso onde a vida é entendida através de muitas “linguagens” corporais, alimentares, comportamentais, espirituais e de energia. Um mundo aparentemente simples mas de um conhecimento, complexidade e profundidade impressionantes.
Para quem, como eu, portuguesa, pouco conhece deste mundo tão grandioso, aconselho vivamente a leitura de cada um dos livros sobre as lendas de cada Orixá. São para qualquer idade, com ilustrações belíssimas e textos com conteúdos educacionais, emocionais e espirituais de grande riqueza e de fontes fidedignas. Para quem não sabe, a maior riqueza e conhecimento sobre Orixás, passa de “boca em boca”. Poder ler um pouco dessa sabedoria é uma oportunidade rara.
Com texto e ilustrações de Edsoleda Santos, edição de Enéas Guerra e de Valéria Pergentino, aprendemos que ser portador de um axé poderoso, significa que nascemos com benção e poder divinos. Quem sabe se todos não nascemos com poderes divinos e que deveríamos lutar para fazer esse bem que foi destinado para nós, durante a nossa vida. Aprendemos que todos temos “lados” que agradam e “lados” mais difíceis de entender e de agradar. Aprendemos o respeito às características de cada um. Aprendemos a aceitar os desígnios da vida. Aprendemos muito mais mas deixo para vocês lerem e terem a surpresa.
Todo o livro é uma viagem de sentidos, com cores e ilustrações mágicas e sensoriais que permitem e estimulam o sonho e a viagem imaginária dentro de nós. Com um texto bem delineado, prepare-se para uma viagem sensacional. A não perder...
Ana Santos, professora, jornalista
Solisluna Editora
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