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“IA E A GUERRA ÀS FAKENEWS” e “Bom Natal” Bug Sociedade


Medusa, de Luciano Garbati

“IA E A GUERRA ÀS FAKENEWS” Bug Sociedade

As pessoas que ainda estão presas nas suas bolhas precisam entender que atualmente o ambiente é altamente manipulável – aquele videozinho do WhatsApp que seu grupo recebeu pode ser mentiroso e sua raiva foi falsamente fermentada dentro de você - ela não pertence a uma injustiça verdadeira.

Precisamos evoluir em muitas coisas, nesse momento da vida: Maconha não é mais apenas coisa de maconheiro, mas descoberta revolucionária da medicina e nossa função é estipular limites de uso. Apenas isso. Da mesma forma, colocar o rosto de uma pessoa de confiança, mesmo que usando a sua voz falando com a gente, nos convencendo a comprar um chá, comprimidos, óleos provavelmente também é mentira. É golpe. Chamar qualquer pessoa que discorde de você em um tema de comunista também é mentira. O comunismo acabou há décadas. Não caia mais nessa. Não existem planetas diferentes, alinhamentos cósmicos diferentes e nem tampouco as pessoas caem fulminadas por infartos só porque tomaram vacina.

Atenham-se aos fatos. Observem atentamente. O exército de Israel matou israelenses porque vê qualquer pessoa que esteja no território palestino como inimigo. Está errado. Isso é um equívoco histórico que vai marcar o povo israelense pelo calvário que está criando na Palestina. Não há justiça em se matar por ser de direita ou esquerda. Não há justiça possível em vingança. Matar é matar. Ainda na semana passada um senhor se filmou pedindo pra ser amarrado numa bomba e assim matar autoridades brasileiras. Isso não é uma coisa normal, esse senhor é um criminoso e é justo que todo terrorista que nos ameace seja preso. Isso não é liberdade de expressão – é crime. O Ministro do Supremo que manda prender não é melhor, nem pior por causa disso – ele apenas está lá para aplicar a lei e a lei está dizendo que é crime de terrorismo.

O senhor que morreu na Papuda teve complicações de COVID e se ele era de ultra direita a ponto de ser preso por ato terrorista, pode não ter se vacinado. Estamos com outro surto da doença, gente: quem não está vacinado continua correndo risco de vida. Ao invés de acreditarem em chás e comprimidos mágicos, acreditem nas vacinas.

Por último, o currículo de uma pessoa passa bem longe da quantidade de seguidores que ela tem. Mesmo que sejam milhões, a pessoa pode ser mau caráter, bandida, traficante. Atenha-se aos fatos, não aos seguidores. Com a Inteligência Artificial a todo vapor, você vai acreditar no que o político falar, na época das eleições? Em tudo? Só porque dividem a mesma ideologia? E qual o percentual de políticos que se mantiveram no mesmo partido - pelo menos seguindo a mesma ideologia? Só você torce para partidos como se fossem clubes de futebol. Caia na real, olhe claramente para os fatos, inicie o ano com olhos de lince (nem quero mais falar com o pé direito porque tudo pode ser mal interpretado).

A realidade é sempre mais saudável do que qualquer produto ou qualquer chá e este é o meu maior desejo: pare de se deixar enganar. O Natal, o futuro, o Ano Novo dependem de percebermos o que está acontecendo - de verdade.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Bom Natal” Bug Sociedade

Tenho me perguntado muito o que significa ser feliz. Feliz na prática. Ser feliz é ter casa? A maior parte das pessoas que têm casa, sofrem para a pagar ou a casa foi destruída por acidentes naturais ou guerras, invasões, conflitos armados. E quem a tem, bonitinha e fresca, pode a todo o  instante ficar sem ela. É viver no seu país? A ONU estima que mais de 258 milhões de pessoas moram fora do seu país. E perceba, ninguém está certo de que viverá apenas no seu país uma vida inteira. É ter comida? Podemos talvez nos dividir em 3 grupos – os que comem menos, os que comem o suficiente e os que comem demais. Uma parte da população mundial morre por falta de comida, outra por comer demais. Mesmo os que comem o suficiente, comem alimentos processados. Ninguém está a salvo do alimento que era medicamento e que virou veneno. Ter dinheiro guardado no banco? Se tiver quantias interessantes, terá hackers tentando entrar na sua conta e “rapar suas economias”. Sabemos que muitas vezes nem precisamos de hackers para o nosso dinheiro ser sugado para negócios que apenas eram enganos, amigos que apenas eram interesseiros. Um trabalho seguro? Já falei isso em outro Bug sociedade. O trabalho seguro não te deixa ver a verdade da vida. Vemos apenas um mundo artificial. Achamos que descobrimos a pólvora, mas um dia, se não for mais cedo será na aposentadoria, você verá o verdadeiro mundo e vai se espantar. E não será bom o espanto. Ter uma família? Nada é garantido infelizmente e em todas as famílias também vemos o absurdo, o triste, o amargo. Escusa de ficar pensando que com você é diferente. Se ainda não lhe aconteceu, se prepare porque um dia vai acontecer.

O que sobra? Gostava muito de saber. A forma como se reage e se entrega ao que acontece? Talvez. Cada um de nós fala de acordo com a sua experiência, mas como pensaríamos se tivéssemos tido outra vida? Se tivéssemos sido raptados pelo Hamas e enfiadas numa sala a 40 metros do solo, com 85 anos? Numa casa sozinha com homens do Hamas? Yarden Roman-Gat foi uma das mulheres jovens, enfiada numa casa, com homens da Hamas durante dois meses. Numa entrevista falou sobre quase tudo. Mas em alguns assuntos, sua cara mudava e pedia para não responder. Chegou a responder a perguntas mais incómodas: “- Eu não quero ir para esse lugar...” Na sua libertação, Yarden Roman-Gat caminha com um casal de raptores, um de cada lado, em direção à libertação. É chocante ver esse momento. Parece que ela não vem, mas sim um corpo de uma pessoa igual a ela caminhando. Como se Yarden não tivesse mais a alma inteira. E provavelmente não tem. Os familiares de pessoas em cativeiro ou das que já foram libertadas falam que não é correto ficar aguardando o melhor momento de negociar. O melhor momento é agora, nunca mais tarde. Que se está a normalizar o fato de pessoas estarem em cativeiro.

Estamos a normalizar tudo o que deveria ser considerado grave, perigoso, errado, injusto.

No Natal de 2023, dos que têm casa, comida, um lar, tranquilidade, quem sabe se coloca mais um prato na mesa, ou uma vela, pelas pessoas que estão em cativeiro e que estarão nos nossos corações. Quem sabe isso nos abre um espaço emocional para depois também fazermos isso pelas pessoas que precisam e que moram do nosso lado, ou que dormem nas ruas. São tantas. Tantas.

Ana Santos, professora, jornalista


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