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“Direitos Humanos” Bug Sociedade


Basta abrir o jornal e lá está: falamos de direitos humanos e isso nos basta. Poucos – entre políticos, pensadores, acadêmicos e nós, do povão – fazemos pelo menos uma coisa na prática no sentido de apoiar, ajudar, compreender, agir.


Todos os anos na época do Natal, lá vamos nós de novo... não quero fazer isso. Não estou pra hipocrisia nenhuma depois da COVID...


Todo mundo conhece alguém que precisa ter algum direito defendido – o direito de comer, por exemplo – o direito de sair de um lugar que lhe faz mal, que lhe violenta corpo ou espírito. Presentemente, o que você pode fazer para dar algum pequeno direito a alguém? Escolher uma pessoa no meio dessa multidão e dar, despretensiosamente, uma cesta básica, você pode? Não? 2 litros de leite por semana pra o catador de latas da sua rua? Arrumar todas as suas latas em separado e lhe dar nas mãos, pra o lixeiro não ter que pegar sacos rasgados e lixo pelo chão? Impreterivelmente, você tem um bom dia, boa tarde e boa noite? Um oi, tudo bem? Algo que dê a ideia de que as pessoas do mundo são visíveis? Você chama a polícia quando ouve a briga dos vizinhos? Você denuncia a pessoa que fala alto na madrugada porque você sabe que está prejudicando o sono dos seus vizinhos, todos mais velhos? Levanta e cede o lugar no ônibus, metrô? Percebe que dar direitos significa ceder em pequenas coisas?


Direito humano precisa se compatibilizar com cedência e generosidade dos outros humanos – nós. Todas as pessoas podem ceder alguma coisa – também os mendigos, doidos varridos, ricos varridos, nós, todos nós, ricos de palavras meio vazias, com pensamentos pouco eloquentes porque pensamentos que não agem, não servem rigorosamente para nada. Todos podemos fazer alguma pequena coisa.


Sem pensar em Natal, em menino Jesus, em nascimento, renovação, paz, amor, humanidade, você pode apenas e imediatamente, ser de alguma ajuda, humano?


Sem política, desaforo, discussão grosseira, maledicência, fake news, mentira, fofoca, etc – você pode adotar uma boa ação e seguir com ela em 2022? O ano todo?


Direito humano precisa ser dado de alguém para alguém e quanto mais olhamos, mais vemos o tanto que fica pra depois, um dia, quem sabe...


Qual vai ser o seu dia 1? Qual vai ser a sua ação 1?


Pra quem? Escolha alguém. Vá em frente.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


Declaração Universal dos Direitos Humanos - Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948. Nome bonito. 30 artigos que definem uma vida feliz para cada um dos seres humanos que habitam o planeta Terra. Algo extremamente honroso, bem feito, digno, humano, justo. Escrita e pensada com amor.


Quantas pessoas já leram esta carta? Quantas pessoas sabem que ela existe? Quantas exercem e usufruem de todos estes direitos? Quantos líderes, seja de que organismo for, já a leram e a cumprem? É importante ler, pelo menos uma vez na sua vida o que ali está escrito. Aquilo a que todos temos direito. Todos.


De cada vez que leio este documento tão valioso e importante, percebo que nos afastamos ainda mais dele. Cada vez mais pessoas sem direitos, cada vez mais pessoas que nem um único direito da Declaração, usufruem. Nem um! Leia os artigos, um por um, pense um pouco, olhe à sua volta, assista ao que acontece no mundo. Olhe para a sua vida. Você usufrui de todos estes direitos? Quem usufrui de todos esses direitos?


Para que serve um documento se não se cumpre o que ali está escrito, decidido, determinado? O “jogo” da vida parece ter regras para uns e regras para “outros”. Como se “arbitra” um “jogo” assim? Como se dá o mesmo “tempo de jogo” a todos e se rege todos pelas mesmas regras? De onde precisa de vir essa mudança? Quem vai quebrar o “enguiço”, o “modus vivendi”? Alguém tem essa coragem, essa humanidade e essa oportunidade?


Somos bons a falar e a escrever o que devemos fazer, mas não somos tão bons a cumprir o que falamos e escrevemos. Criamos armadilhas a nós próprios apenas prometendo e desejando o que não somos capazes de cumprir. Somos um mistério, umas vezes sensacional, umas vezes triste, umas vezes deplorável. Nem parecemos vir do “mesmo lugar”, feitos do mesmo material.


Penso nos Povos e Comunidades Tradicionais da Floresta. Penso nos Povos Nativos. Penso na População AfroBrasileira. Penso nas Mulheres. Penso nos Estrangeiros. Penso nos Refugiados. Penso nas Populações Carenciadas. Penso nas Populações com Incapacidades. Penso nos Idosos. Penso nas Crianças. Penso nos Adultos. Desejo muito que possamos, juntos, melhorar a vida em direção aos direitos de todos. A época natalícia e de ano novo, nos remete um pouco à reflexão. Quem sabe uma pandemia, vulcões em atividade, tornados, inundações, pobreza, desemprego, doença, incapacidade, envelhecimento, são alertas, para os que ditam as regras de ação e comportamento no mundo. Se não são, o que é?

Ana Santos, professora, jornalista


Declaração Universal dos Direitos Humanos - Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.


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