Cada um vê, sente e diz diferente. Parece tudo igual para todos mas na poesia vemos que tudo que achamos igual, é diferente para cada um quando o sente, quando o diz, quando o escreve.
1. Poesia indicada pelo Bug Latino
“Bilhete”
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…”
Mário Quintana
2. Poesia indicada por Maria Lúcia Levert
"De como tão contrário a si
Pode ser o amor
Escreveu Camões com intemporal lucidez
O fogo que arde sem se ver
Deixa muita cinza pelos cantos
Palidez e frio nos dias
Morte assumida nos braços caídos
Já sem préstimo para ósculos e enlaces
A triste madrugada da partida
Repete-se ao longo das páginas do calendário
Nos pares, que de formosos e não seguros
Já nada resta
E se o amador na coisa amada se transformou
Perdeu a pena e o rumo
Dos olhos cor de limão que julgava bom porto
Só o travo amargo lhe enche o copo das horas
O tempo traz consigo inevitavelmente
As mudanças da vontade e da consciência
E esgotadas as novas artes, novo engenho para buscar
Fica apenas o colo pleno de esperança amarrotada e vã
Um não sei quê, que nasce não sei onde
E mesmo, quando até se sabe o porquê
Dói como um perene desconcerto"
Ana Wiesenberger
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