“AS FARPAS DE EÇA, NO FACEBOOK” Bug Sociedade
"O mundo em que vivemos gira numa atmosfera tão espessa de errados conceitos, de velhos prejuízos e de falsas convenções, que a verdade e a justiça encontram sempre incalculáveis e quase invencíveis resistências no seu doloroso caminho". Eça de Queirós, trecho do Livro “As Farpas” (1845-1900) – fragmento do texto de Ana Santos que não consegui me conter e usei também.
Semelhanças com a nova forma de convivência que teremos no Facebook, Instagram e WhatsApp? O que será que pode acontecer - agora que a maior parte das famílias liberou a criançada pra frequentar as redes sociais – ao vermos, ouvirmos alguém inventar que fulana se prostitui, que seu sobrinho gay é doido, poupando “machistamente” os presidentes tarados porque afinal o que vale agora é o interesse comercial, dinheiro, money, lucro? Alguém imaginaria ver na América do Norte um presidente ter a sua importância de ser eleito posta ao lado de ter sido condenado por assédio sexual e todo o dinheiro que correu desonestamente para encobrir isso? Já imaginaram pessoas que se “autodenominam conservadoras”, tendo que inventar justificativas – todas porcas, claro – para explicar e convencer as “mentes-captas”, dissociadas cognitivamente de que o “dito comunista” pode e deve ser chamado de tarado, mas que o conservador, embora tenha sido, agido, falado e corrompido como tarado, não é tarado por ser conservador e “Deus é cego, míope e anestesiado mentalmente quando o assunto envolve esse segmento?
Como explicar para o mundo a nossa atmosfera leve e respirável, com as labaredas que estão na mídia e vêm de Hollywood? Como se equilibrar entre tantas e exaustivas mentiras, que incluíram até convite pirata para a posse do condenado americano, que também é presidente, tudo ao mesmo tempo? Como a sua cabeça não gira ao pensar que seus filhos estão à mercê de um cara que, diante das mentiras todas que rolam na nossa frente, afirma num discurso que checar informação é um tipo de censura à liberdade de expressão? E nem assim você se sente em xeque, preso no canto do tabuleiro da vida, cercado pelas mentiras do Trump: passem pra cá o Canadá; o Musk, que paga em milhão de dólares pra fazer a mesma coisa que os milicianos fazem aqui – comprar votos - e o Zuckerberg, com aquela cara de menino que quebrou o vaso, vindo falar “com sua nova roupagem de machão”, que acha a “energia masculina” uma coisa boa (Logo de cara, se fossem os conservadores daqui, isso ia dar problema...) pra depois soltar toda a sorte de retrocessos sociais que o mundo passou os últimos séculos construindo, negociando? Então esse cara acha que a gente olha pra ele e sente algo mais do que desprezo? Fico pensando na mulher e nos filhos dele, tendo que olhar naquela cara, na hora do Corn Flakes com leite – shame on you, dad!
E nós? Vamos continuar na mesma, aqui no Brasil? Falando pouco ou quase nada com as crianças e mimando e vestindo os cachorros? Vendo as crianças se auto mutilarem pra colocar a culpa em “agentes externos”? Perdendo tempo e caindo na balela de discutir se as mulheres trans – veja o nome – MULHER trans – deve ou não fazer um mísero e insignificante xixi no banheiro do shopping? Cara pálida, as crianças estão morrendo na vida real e você aí perdendo tempo com essa bobagem! O mundo está doente! Você não vai pressionar nenhum deputado a votar uma regra pra internet, nem assim? Cidadania para todos os cidadãos, mas sem a sua participação?
Podemos nos unir. Os brasileiros. Não os conservadores, a esquerda, a direita, os negros, as mulheres, os gays, os sulistas e nordestinos. Repararam? Nos separaram em guetos. E se nos juntássemos e fôssemos nesse apuro nacional, apenas brasileiros, moradores do condomínio Brasil, que é uma democracia – ACORDEM LOGO – que não pode perder nenhuma criança pra esses crápulas americanos? Viu? Eles, americanos, nós – brasileiros. Lá, somos latinos, igualzinho a todos os latinos. Vamos nos unir que o tempo urge.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
“Viver também é Perder, mas sobretudo aprender” Bug Sociedade
Os incêndios em Los Angeles, vistos pela televisão e redes sociais, parecem irreais ou apenas um daqueles filmes nomeados aos Óscares. Depois, aos poucos, vamos percebendo que está mesmo a acontecer. E é quando ouvimos as palavras e a emoção, por exemplo, do ator James Woods, de JJ Redick, treinador dos LA Lakers, da NBA, ou a determinação e filantropia da atriz Jamie Lee Curtis, que percebemos que eles são humanos iguais a nós, lidando com os mesmos medos e desejos na vida. James Woods diz que passou muito tempo no hotel, hotel onde está de novo. Quando estava fazendo a reforma da sua casa ficou ali com sua família. E veio a pandemia atrasando a casa, trazendo mais problemas. Agora, que estava há 3 meses na casa reformada, com uma piscina onde nadava todos os dias, com sua pressão arterial começando a baixar, vieram os incêndios e, em segundos, sua casa queimou. E ali está ele, de novo no mesmo hotel, mas desta vez apenas com a roupa do corpo, a chave do carro e pouco mais, com mais de 70 anos de idade. JJ Redick, diz que ao perder a casa perdeu também tudo o que estava dentro, coisas materiais importantes emocionalmente, que nunca mais vai poder substituir da sua vida de 20 anos de casal, e 10 anos como pai. Jamie Lee Curtis, viajou de avião para fazer uma entrevista de divulgação de seu filme – “THE LAST SHOWGIRL” – sabendo que sua casa estava em risco de queimar. E no dia seguinte doou um milhão de dólares para apoio a todos os que estão a lidar com o problema – bombeiros, polícia, prefeitura, governo, etc, mantendo-se em contacto, sugerindo melhores formas de distribuição dessa quantia. Aconselhou, nessa entrevista, todas as pessoas do mundo a fazerem um kit de sobrevivência, com o básico como um par de óculos velhos, cópia de RG/CC, medicamentos - no mínimo.
Não basta mais apenas pensar em viver num local de qualidade, num bairro mais seguro, se esforçar toda uma vida para conseguir dinheiro para viver num dos locais mais caros e mais famosos do mundo como Sunset Boulevard, em Los Angeles, por exemplo. Nem achar que se vai ter melhor vida do que os outros, porque somos nós que construímos as relações, os lugares e o seu valor. Se não pensamos nisso, se não fazemos nada por isso, tudo pode apenas se despedaçar. Por vezes em segundos.
Juntamos a tudo isso um nível cada vez mais elevado de mentira, manipulação, aldrabice, mentira, maldade, inveja, egoísmo, mentira, e a desgraça e as injustiças brotam de todos os lados como pipocas.
Talvez esteja a mudar a forma como confirmamos a verdade ou a mentira. A lógica das coisas, dos problemas, das soluções.
Talvez esteja a mudar a forma como devemos escolher onde viver, com quem viver, que trabalho fazer.
Talvez continue a ser bom ter amigos, pessoas confiáveis, encontradas nas dificuldades, que valem pelo que fazem, não pelo que dizem ou pelo que são.
Ou talvez esteja tudo na mesma. Porque se lermos Eça de Queirós, este trecho do livro “As Farpas”, por exemplo, ficamos na dúvida: tudo muda ou tudo fica no mesmo lugar?
"O mundo em que vivemos gira numa atmosfera tão espessa de errados conceitos, de velhos prejuízos e de falsas convenções, que a verdade e a justiça encontram sempre incalculáveis e quase invencíveis resistências no seu doloroso caminho".
Eça de Queirós, trecho do Livro “As Farpas” (1845-1900)
Ana Santos, professora, jornalista
As pessoas nao tem saída, a sra candidata opositora do senhor Trump repetia o tempobtodo que Israel tem o direito de se defender, ela é melhor que Trump?