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“APAGÃO DE IDEIAS” e “Sem emenda?” Bug Sociedade


Árvores, grama, plantas, com uma casa de piso teerreo ao fundo.
Roberto Burle Marx - site Caf

“APAGÃO DE IDEIAS” Bug Sociedade

Parece mentira, mas atualmente as pessoas fazem as maiores bobagens apenas por serem macacas de auditório/fãs/tietes/seguidoras - de alguém. Os nomes mudam, mas as personalidades parece que se fundem cada vez com maior facilidade, talvez pela nossa não percepção de que podemos nos destacar tão fortemente, quanto nossos ídolos. Antigamente, as pessoas desmaiavam e choravam – lembra dos Beatles? Minha mãe falava que ia a alguns programas de rádio e havia ali uma espécie de disputa entre os fãs clube da Emilinha Borba e da Marlene, por exemplo. Mas agora isso está de um jeito, que se o “influencer” mandar dar tiro, tem quem dê.  Tem quem coloque todas as suas frustrações e saia cometendo crimes – racismo, homofobia, aporofobia, xenofobia - sem contar que os velhos, agora, não têm mais nenhuma experiência de vida proveitosa, apenas porque não sabem lidar com o computador e o celular com a mesma facilidade dos novos. Em outras palavras – não são influencers.

Vemos então paulistas que “esquecem” a quantidade de vezes que o candidato trocou de partido, trocou de ideologia, trocou de desculpa, de justificativa e permanecem sendo fieis à sua ilusão de que existe mesmo um candidato que acredita em tudo o que fala - mesmo que esquecendo do seu próprio bem estar ou pior - o bem estar da sua própria família, sem luz, presa dentro de uma casa sem segurança, com árvores caídas pelo meio da rua. E ironicamente, pra quem abomina a mais remota memória de Cuba, lá está a mesma falta de luz, em comum. Para manter o mesmo raciocínio raso, se poderia dizer que o atual prefeito de São Paulo “talvez, quem sabe, por ventura” tenha mudado “secretamente” o regime paulista para comunista...

Simplesmente já se sabe que esse Prefeito paulista é fraco e que o Presidente anterior foi muitíssimo mais ainda. Mais uma vez: olhem para a competência porque ideologia eles nunca tiveram.

Essa coisa de seguidor está ficando tão medonha, tão cega, que o caso Sean “Diddy” Combs esfrega na cara dos fãs que o nosso bom senso tem que estar acima dos valores falados pelos influencers.  Pessoas que nos habituamos a ouvir cantar como Justin Bieber e Usher podem ter sofrido assédio. Ídolos aos montes inseguros de tocarem nesse assunto. Jennifer Lopes, Rihanna, Beyoncé – tanta gente que adoramos ver na tela, de alguma forma expostos por fofocas, versões, verdades – quem sabe?

O fato é que o Diddy está preso e com previsões trevosas de não sair tão cedo de uma das piores cadeias americanas. Agora me diga: É você que vai sair “dando tiro” cegamente porque é seguidor, fã de quem quer que seja? É você que vai abrir mão dos princípios, da sua ética familiar que começa lá cedinho, com a mãe ensinando a devolver a borracha do colega? Você teria coragem de atirar em alguém porque seu ídolo foi na internet e pediu? Teria coragem de estuprar? De drogar garotas? Teria coragem de se atirar no vício do jogo na internet só porque alguém de quem é fã disse - num comercial pra qual foi pago – de que é uma coisa legal? Você tem ou não tem seu próprio julgamento sobre o que vê?

Pare um instante. Você seria capaz de acabar com a própria vida, com seu futuro, quebrando nossos três Palácios, em Brasília, apenas porque seu grupo Zap estava dizendo pra sair de casa e quebrar? Queimar ônibus? Jogar bomba perto do aeroporto de lá?

Você escolheria a página policial, a cadeia, a perda do futuro, só porque alguém disse que é uma coisa legal e deu ônibus de graça? Você veria a depredação do patrimônio nacional como uma excursão de escola?

Pense muito bem nisso. Seu futuro pode morar nesse pensamento e nas decisões que nascerem dele.

À propósito: no meu tempo, o nome do cara que fazia tudo o que os outros mandavam era “Maria vai com as outras”. Saia desse apagão, por favor.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV

 

“Sem emenda?” Bug Sociedade

Não sei se é vergonha, ou medo - e muito - ou a sensação de que enquanto seres humanos tão inteligentes não temos emenda. Tão capazes, mas se tivermos um espaço, ou uma oportunidade para avançar “sem passar na zona de partida”, aí estamos nós. Se existissem – ou existirem – outros seres igualmente inteligentes, ou mais, estamos a dar um bonito espetáculo para eles assistirem.

Falava-se muito, há uns anos atrás, sobre a forma como erramos, aldrabamos, quando sabemos que ninguém está vendo. Fizeram testes com crianças, deixando-as sozinhas ou deixando-as sozinhas, mas avisando que estavam sendo filmadas. Ambas estavam sendo filmadas – umas sabiam e outras não - mas as que achavam que não estavam sendo filmadas, desobedeciam claramente às regras. Como diz a canção de Alexandro Sainz, “...quando ninguém me vê, posso ser ou não ser...”

Agora, mesmo sabendo que estamos a ser filmados, continuamos a fazer o errado, o ilegal, o criminoso – e por vezes ainda com vaidade e despeito. Perdemos a vergonha, a noção do certo e errado, não sabemos mais os limites de ser bem ou mal educado, o comportamento de boa vizinhança é resolvido com tiros, socos, atropelamentos, o que vier à mão. Terra sem lei, o animal irracional à solta. E ainda conseguimos, de vez em quando, encontrar mais um limite para ultrapassar – agora com transplante de órgãos com HIV. “...quando ninguém me vê, posso ser ou não ser...”

Não é mais uma câmera de filmar, ou os olhos dos outros, ou ainda a sensação social da presença imaginada, o medo da polícia, de ser preso, de perder a dignidade, de ser envergonhado em público, da humilhação, ou de fazer algo errado que se aprendia na infância, que intimidam e impedem comportamentos nocivos. O que isso interessa? A percentagem de sociopatas e psicopatas deve ter aumentado e muito. Matar alguém também não tem mais o mesmo significado. Guerras que em vez de diminuírem, se multiplicam. Conflitos que se complicam. Baseados na história, baseados no passado, nas mágoas, nas dores do que sofremos, a vingança é aceite tranquilamente. Não conseguimos quebrar padrões históricos.

Não sabemos mais enfrentar problemas, pessoas, conversar como forma de sanar dores, de atenuar ações e comportamentos danosos. Nem percebemos que podemos resolver tudo, ou quase tudo, com conversa, com palavras como por exemplo: “peço desculpa”, “desculpa por te ter magoado”, “não sabia que ia te magoar tanto”, “diz-me como posso consertar o mal que fiz”, “não sei porque faço isto”, “finalmente aceito que preciso de ajuda, podes ajudar-me?”, “quero ser melhor”, “tenho medo”, “não sei fazer isso, ensinas-me?”, “que coisa tão errada eu fiz”. Se nós temos estas dificuldades, imaginem os políticos, os poderosos, que não têm ninguém para lhes dizer o que fazem, dizem ou pensam de errado. Porque essas pessoas têm mais dificuldade em ouvir e em sua volta, as pessoas não conseguem espaço, nem oportunidade para as aconselhar. Como aconselhas ou apontas os erros, ao teu patrão? Quando o fazes? Arriscas perder teu trabalho? Muitas vezes não o podes fazer e aguentas a situação porque tens outros problemas – teus, da tua própria vida – para resolver.

Saber falar, apontar, ajudar, melhorar os poderosos, os políticos, os nossos superiores, nossos chefes, patrões, nosso sustento, é um enorme desafio. Mas é algo muito importante, muito necessário e que todos podemos fazer. Aos poucos, com respeito, carinho, suavidade e intenções nobres. Lembre: se você não disser, eles vão continuar a viver sem saber. Vão complicar a vida deles e a sua. Você precisa fazer isso pelo seu bem, pelo bem dessa pessoa. Se não o faz, tudo vai piorando e o seu lugar de trabalho estará em risco na mesma. Até por razões piores – as de que você não alertou, viu o errado e nada fez. Todas as pessoas reagem quando são corrigidas, alertadas, mas passado algum tempo – depois de pensarem naquilo que ouviram – vão percebendo que é verdade. E vão mudando. Algumas fazem de conta que foram elas que descobriram os erros e não dão nenhuma importância pública ao que você fez. Mas o que isso interessa? Desde que ela melhore, tudo vai melhorar. E o poderoso que foi corrigido também não perde nada em reconhecer o bem que lhe fizeram. Não dói e sabe tão bem quando se “baixa a guarda” e se reconhece o quanto os outros nos fazem ser pessoas melhores.

Ana Santos, professora, jornalista

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