“ALINHAMENTO DOS PLANETAS” Bug Sociedade
Pra quem gosta de teoria da conspiração e pânico social é um prato cheio – Plutão está em Aquário e vários planetas se alinharam ainda ontem, no dia 20. Ao mesmo tempo – seria um sinal? – Trump tomou posse nos EUA, ao mesmo tempo em que tomamos total consciência de que as Big Techs – que eram de todos – viraram casaca e foram pra ultra direita, para o dinheiro, o poder.
Plutão, o planeta simbolicamente ricaço e Aquário, planeta de grandes coletivos, juntos – o que isso pode dar? Israel, ricaça, contra a Palestina, num cessar fogo onde ela se põe a matar inocentes por qualquer mínima razão – e a palavra inocente é mesmo jogada às traças, de propósito, desde o inicio do conflito.
Os planetas se alinharam hoje, mas a Fake News que balançou os inocentes veio do Nikolas – aquele... ser. Um vivente, como uma bactéria ou vírus, que entra no corpo da sociedade e prolifera, com a estranha aparência de parceria de algumas Redes sociais – que nasceram para acharmos nossos amigos, por aí e viraram pequenos monstros mentirosos que fazem grandes estragos, como o da “gripezinha”, na pandemia.
Estamos entrando na Era de Aquário e com ela ganhamos Erika Hilton, deputada orgulhosamente trans – alguém que representa o nosso coletivo feminino com muito mais bossa e inteligência do que aquela estranha com flores na cabeça – como uma ninfa de festa careta. Pois Erika venceu Nikolas - o ajudado, o que precisa da roubadinha suja – e linda, plena, toda de branco, apontou para o menino mentiroso da mão amarela – aquele que solta seus gases fétidos no elevador cheio e depois finge que não fez nada. Assobia, enquanto quem está preso lá dentro pede pra sumir, exige o mínimo de respeito – e nada.
Hoje tem alinhamento planetário e no céu, um atrás do outro, estarão Vênus, Saturno, Júpiter, Marte, Urano e Netuno - e alguns poderão ser vistos a olho nu. Que chame atenção do mundo a agressividade desses presidentes, a animosidade para com as pessoas e o conceito de que aqui no Brasil, muitos podem se achar “brancos, ricos e maravilhosos”, mas que nos EUA somos todos – de norte a sul - igualmente latinos – e do ponto de vista deles e porque tudo é ponto de vista – somos os descartáveis, os expulsáveis, os ilegalmente por ali. Antes, portanto, de soltarem fogos e comemorarem, olhem para cima e para dentro de si: Os planetas estão alinhados. Não plante nada que possa ser venenoso para corpo, mente, emoção ou espírito do mundo. E seu também, latino.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
“As metáforas da vida” Bug Sociedade
“Enterrar a cabeça na areia”, “Coração partido”, “Estou morta”, são algumas de milhões de metáforas que utilizamos diariamente na relação com os outros. São aprendizagens, são hábitos, mas são também prisões que nos limitam o pensamento e não nos deixam evoluir.
As crianças e adolescentes aprendem mais rápido a falar outras línguas, coisas novas, sabemos todos isso. Elas estão em formação e principalmente, seu cérebro está em formação. Além disso, parece existir uma disposição e uma abertura para o novo, o desconhecido. Parece normal, fácil, porque para elas – crianças e adolescentes – o mundo é novo e desconhecido. Mas, será que para nós adultos, é velho e conhecido? Ou um velho conhecido? Ou continua a ser tudo novo e desconhecido? Porque em cada dia, em cada momento, tudo é possível e não sabemos o que vai acontecer. Podemos dar a nossa contribuição com as nossas ações. E é só. E é muito. E pode ser tudo.
Viver cada dia e cada momento sabendo que tudo depende das nossas ações, talvez nos dê uma boa medida da nossa responsabilidade em tudo no mundo. E nos faça ter mais preocupação com o que decidimos fazer, que comportamento escolher.
Outra metáfora: “falamos muito, fazemos pouco” que precisamos modificar para: “falamos muito e fazemos muito” ou “falamos pouco e fazemos muito”. Ou “és novo, não pensas”. Quantos adultos não pensam? Não agem direito? O mundo está neste estado por causa das crianças e adolescentes? Ou somos nós os adultos, apenas achando que estamos cheios de sabedoria por estarmos neste mundo há mais tempo, que colocamos isto neste estado? Apenas tempo nos lugares não dá sabedoria. E a sabedoria é algo que talvez afinal se traduza em “serenidade para aceitar aquilo que não posso mudar, a coragem para mudar o que me for possível e a sabedoria para saber discernir entre as duas.” – frase de autor desconhecido e atribuída a Francisco de Assis (1182 - 1226) e a Reinhold Niebuhr (1912).
Continuar a ser criança pela vida fora, agindo de forma pura, na procura de resolver o que nos surge a todo o momento. Tentando resolver o problema do lego, até parando um pouco para tentar resolver o problema com a boneca, voltando ao lego, misturando lego com boneca, ao mesmo tempo que estamos atentos ao que o mundo em volta fala, mostra, necessita, pede. A criança aprende jogando, porque o adulto não faz o mesmo sem desvirtuar as regras do jogo? Considerando a vida algo novo e desconhecido, um lugar de aprendizado e não considerar nada como certo.
Em algum momento da vida todos estaremos na lama, a injustiça vai nos atingir, talvez até a pobreza, a doença é certo, a incapacidade, o desequilíbrio, a desorientação. E como nas crianças, só tem duas formas de sair desses lugares, ou atenuar o sofrimento de viver esses momentos: pela ação – verbal, mental e ou física – e ou pedindo ajuda. Agir, que era algo tão normal, parece ter virado falar. Falamos muito sobre o que se deve fazer, mas não fazemos, não agimos, estamos cada vez mais parados. E o celular e as redes sociais vieram piorar isso assustadoramente. E pedir ajuda virou uma das coisas mais difíceis: pelo perigo de pedir ajuda a quem nos pode enganar, pela vergonha em reconhecer as fragilidades, por demorarmos a fazer a análise do momento e demorarmos a agir.
Tem algum problema? Mexa-se. Converse com as pessoas, pergunte-lhes o que fariam se estivessem em determinada situação. Procure aliados. Faça de conta que ainda é criança e pense como faria para resolver o que tem na sua frente? Risos, boa disposição e ação.
Por favor não me diga que ia dar um grito para chamar um adulto e passar a responsabilidade para ele...
Ana Santos, professora, jornalista
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