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“2º TURNO É ESPERANÇA DE ALGO NOVO” Bug Sociedade


Deu pra sentir o coração pulsando desordenadamente – exatamente o que as mulheres negras sentiram, ao enfrentarem a agressividade dos colonizadores, em batalhas inteligentes - e ganhar deles. O Nordeste salvou o Brasil de novo. A Bahia entrou no 2 de Julho orgulhosa, lutou a batalha e a venceu. Mas ainda falta a última luta pra devolvermos aos brasileiros a democracia chamada Brasil. Que todos amamos, cantamos e queremos viver.

Nessa guerra, está sobre a mesa o sangue, os mortos, ameaças, pitis, ataques de pelanca, falta de educação, incentivo ao descrédito da vacinação, mentiras, desinformação, fakenews e nós, nordestinos (eu me amo a cada vez que me “abaiano” numa briga) – doidos pra essa “frescuragem” acabar porque queremos estar “desempatados” pro carnaval, gente!

A luta vai ser altaneira. Não pretendemos perder. Tem muita mulher, LGBTQIA+, homens heteros simpatizantes, professores que viram mortes, agressividade, assassinatos, violência, tiro, miliciano, arma, inflação, dólar, preconceito, xenofobia crescerem exponencialmente na nossa frente, na frente da TV. O gênero feminino foi anarquizado, agredido e humilhado em todas as aparições desse homem.

O povo nordestino vai enfrentar e vencer porque aqui chegou e tentou nos menosprezar, antes dessa luta, o colonizador, o feitor de escravos, a chibatada, o navio negreiro, a tortura, o extermínio - e contra tudo isso, os negros, os caboclos, os indígenas, os verdadeiramente pardos usaram sua resistência – e cá estamos senhores – continuamos existindo, 200, 300 anos depois. Os “incomodamente mestiços” – eu odeio a palavra pardo. Mestiço é inspirador, nos coloca no primeiro plano do ponto de vista heroico. Os “guerreiros mestiços”... E está escrito que um candidato nordestino, cabeça chata e operário pode nos liderar frente ao mundo e falar de Amazônia de igual pra igual com Europas e Américas, mas junto com Marina, a heroína das matas; falar de fiscalização junto com Randolfe – o herói que pode ser o herdeiro do líder. Falar de política numa aliança a nosso favor, a favor do povo, finalmente – com escola como chave da porta da segurança pública, ao invés de tiro, batida de polícia e chave de cadeia.

E temos muitos desejos, sonhos e algumas pretensões também: o SUS com prontuário online, presidente e governador, por favor; inserção e respeito pela população LGBTQIA+ no sistema de saúde e educacional – chega de bullying; educação formal e informal (que pode ser online) para introdução de novos tópicos de discussão formal em sala de aula, depois; oratória; diferentes apresentações das letras porque não podemos desistir tão facilmente de alfabetizar nossas crianças; interpretação oral e lida de textos e raciocínio matemático. Não é possível gastarmos tanto em exames que só um médico vê porque não há um prontuário. Não é possível morrer tanta gente na fila de um exame que pode já ter sido feito. Não é possível ir ao posto e o médico não perguntar o motivo da filha mais nova não ter aparecido pra tomar vacina – porque estará tudo descrito ali.

Portanto, dia 30, logo cedo, saio para a batalha - de novo. Cabeça erguida, ombros largos, olhos no futuro que podemos lutar e construir. Um povo pobre e altaneiro salvou o Brasil num 2 de julho de 1823; um povo pobre e altaneiro entra na luta para salvar de novo o Brasil em 30 de outubro de 2022. Os nordestinos suspiram fundo e avançam. De novo. E com a fé na nossa força, com a respiração ritmada, o pulso firme, lá vamos nós porque só interessa a vitória.

Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV


A Primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, fez um depoimento muito emocionante sobre o seu país, para o programa “60 minutes”, divulgado hoje. Deixo o link abaixo, aconselhando a sua visualização. Quero acreditar que as pessoas boas, as que importam são como ela. Pessoas que sabem que o mais importante são as pessoas, como ela própria diz. Pessoas que defendem o seu país e o seu povo de coisas erradas, de pessoas que pensam apenas em si e nos seus poderes e desejos, por mais bizarros que sejam. Não existe desanimar, não existe desistir, não existe deixar que se faça mal ao seu povo, que impeçam as pessoas de ser quem são só porque são diferentes.

Quero acreditar que estamos no século 21 de verdade, que não caminhamos para trás, que não voltamos às aprendizagens destruidoras de outros séculos. Enquanto população mundial, quando não sabemos a saída e quando nos deparamos com problemas novos, temos tendência de ir em busca do que fazíamos no passado. Por isso repetimos a história. O medo de tentar algo que nunca se tentou, o medo de mergulhar no desconhecido, o medo de acreditar na esperança, de acreditar no conhecimento, na experiência, destrói ciclicamente os sonhos, as soluções. Problemas novos, soluções novas.

Um dia uma plateia de um congresso riu-se de mim às gargalhadas quando falei que é muito perigoso juntar rituais “opostos” – falava de juntar álcool em abundância com atividade física, no Carnaval. As pessoas nunca pensaram nisso, mas rejeitaram e ostracizaram de cara meu comentário, porque não conseguiram sair dos códigos de conduta aprendidos. No desespero buscamos o que é conhecido, mesmo que seja horrível, mesmo que continuemos a destruir uma sociedade, a aumentar a fome, as doenças, a apressar a morte de inocentes. A dificuldade de ver o quanto o machismo, o racismo, a xenofobia, a homofobia são destruidores de uma sociedade saudável é lamentável.

Quanto custa comprar você? Um emprego? Um carro? Mais um auxílio Brasil? Auxílio Gás?

Tem boa memória ou se esquece fácil dos mortos que deviam estar vivos, da falta de ar, da falta de oxigênio em Manaus, da Ivermectina, da CPI, da corrupção em volta das vacinas, do incentivo à violência contra mulher, contra população lgbtqia+, personalidades que precisam sair do país com suas famílias para não serem mortas como Marielle Franco, as mentiras ditas com cara de nada, o incentivo ao uso de armas, a destruição da Amazônia, a degradação das relações internacionais?

Você também sai por aí chamando de ex-presidiário, as pessoas que cumpriram pena de prisão, culpadas ou não? Essa é uma forma civilizada de tratar essas pessoas?

As mulheres que discordam de você, são tratadas grosseiramente e ameaçadoramente? Que pessoa você quer a liderar o seu país? Que pessoa é uma boa pessoa? Uma família de bem tem de ter um líder assim?

A primeira dama e o presidente da Ucrânia são um exemplo impressionante de como se enfrenta o pior que pode acontecer num país, num povo, numa vida e como, mesmo assim e por isso mesmo se age com humanidade, com gentileza, com frontalidade, com amor. Pense nisso...

Ana Santos, professora, jornalista


Ukraine’s First Lady Olena Zelenska: The 60 Minutes Interview

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