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A Cor da Voz, Criações e Produções

Os invisíveis


Graciosos, corajosos, com olhos inteiros, falam o que seu coração pensa e sente. Têm sempre a sua mão estendida para os outros. Sabem escolher esses outros. Escolhem por dentro. E entregam tudo de si com muita naturalidade. Com gestos e ações suaves, quase sempre invisíveis. São anjos que escondem suas asas para não afugentar nem intimidar ninguém com o que possuem em si. Nos momentos em que nos cruzamos com um eles, tudo flui, não existe tempo nem espaço. Nessa hora não nos apercebemos, mas quando voltamos “à Terra”, entendemos a “sorte” que tivemos, mais uma vez.

Comunicam de uma forma muito diferente. As palavras chegam aos nossos ouvidos inundadas de compaixão, de serenidade, de valor. Não forçam a sua mensagem. Eles sabem muito bem do que precisamos e nos ajudam no caminho. E esperam todo o tempo do mundo se for necessário. Ou aceleram o tempo resolvendo problemas difíceis com imediatas ações simples. Ou...simplesmente acreditam em ti e basta. Por que te sentem. Sorrindo. Agindo como se nada tivesse acontecido. Ou como se o que fizeram não fosse nada de importante. Invisíveis incríveis. São os alicerces do mundo. Sempre me emociono quando estou com um. A forma como melhoram a nossa vida é inefável.

Devo muito a todos os invisíveis que passaram ou estão na minha vida. Sou muito grata a todos. Sempre tento honrar os momentos que partilho e aprendo com eles. Sem eles eu nada seria. Dedico este texto aos meus invisíveis como uma forma de lhes agradecer indiretamente. Porque alguns não é possível agradecer de outra forma.

Meu coração e tudo o que construo é vosso.

E você? Sabe quem são os invisíveis da sua vida?

Ana Santos, professora, jornalista

O mundo está cheio deles. Os estranhos seres invisíveis. Claro que vocês sabem e sentem onde estão as mãos que fazem mal, mas há os invisíveis que abrem portas e têm a visão do que ainda é um pensamento, desejo ou mesmo necessidade do mundo, da sociedade.

Há invisíveis de construção dentro do serviço público, do executivo, legislativo e judiciário e ali, vendo que o andar das coisas é doentia e burocraticamente lento, os invisíveis se organizam e descobrem novos talentos e os estimulam a criar novas saídas e fazerem novas perguntas e apresentam novos desafios e... - ufff! – a gente, quando percebe, está pensando em mudar o mundo de novo! – coisa que de vez em quando é cansativa, traz desilusões e consequentemente dá preguiça aos fracos de espírito.

O que você vê quando olha um criativo? O que está por trás do que ele vê, do que sente? Que bem ele pode fazer ao mundo? – Acho que é assim que os invisíveis de construção pensam ao verem os diferentes criativos. Muitos – a maioria, eu acho, num mundo cheio de carteiradas e QIs – precisam de uma porta aberta para criarem saídas diferentes – e de um construtor invisível para abri-la.

Não há solução para o mundo, sem os construtores invisíveis! Eles enfrentam a maldade, o disse me disse, os orgulhosos, vaidosos, invejosos e destrutivos. São os heróis que ninguém conhece; são as mãos encantadas que apontam o futuro e dizem aos estranhos diferentes: criem soluções, movam as pedras e façam as coisas serem um pouco mais simples, mais felizes e mais próximas das outras pessoas. Tragam emoção sem usarem sangue escorrendo pelo chão, apontem a esperança, o valor do trabalho e a importância da vida.

Ninguém os vê. Eles não fazem questão de ocupar a mídia. Mas vivem a soprar esperanças e a estimular os criativos.

Como eu sei? Eu os reconheço. Reconheço quem são e a importância do que fazem. Reconheço o tamanho da sua coragem para enfrentar os que querem apenas vida mansa e influência; poder, poder e poder. Reconheço os maus e os inúteis.

Os invisíveis são heróis da resistência; pena que não existam em maior número – o mundo é melhor pela existência deles. Os invisíveis são invencíveis porque sabem o que podem fazer para melhorar o mundo – e tentam fazer.

Os invisíveis são imperdíveis. Pena estarem em extinção.

Ana Ribeiro, Diretora de TV, Teatro e Cinema


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