Ok, o mundo é estupidamente preconceituoso – muitos afirmam isso e não querem mais se envolver com nenhum problema, à medida em que os problemas do seu País de origem deveriam ser – e são – seus também. Bayard Rustin, preto e gay, na década de 60, século XX, direitos civis americanos altamente comprometidos, poderia ter feito o mesmo – mas pensou e ajudou a organizar a Marcha sobre Washington, em 1963. Fez história – e é esta história incrível que a produtora de Barack e Michelle Obama produziram.
Sou altamente comprometida com relação a Barack e Michelle: sou fã incondicional deles e de Oprah Winfrey, principalmente pela leveza com que conduzem nossa consciência em direção reta e direta para o antirracismo absoluto. Nesse filme, diante do horror, o bom humor, a inteligência, o espírito aguçado de Rustin sacode nossos olhos. Diante do horror, nenhum drama, nenhuma reação. Depois do espancamento, a dor, latente, presente, não deixa a piada escapar da luta permanente, do protesto pacífico, mas de peito aberto.
Uma produção incrível, com interpretações impecáveis. Colman Domingo dá tudo, em cena. Sem grandes cenas dramáticas. Ele é o drama. Sua vida, suas perguntas, suas ações. A grandiosidade dessas ações, a humildade diante da mídia, da política e suas vaidades, cada detalhe de sua atuação é detalhada, profunda.
Um filme para se assistir com a família, detalhando cada momento que os mais jovens não viram, mas que podem e devem ser relacionados com as perseguições absurdas e abjetas contra pobres e pretos daqui, dos Estados Unidos e de tantos outros países que receberam e exploraram o trabalho de negros escravos e ainda não se libertaram do preconceito. Cada momento conta.
Vocês vão ficar “colados” no sofá, eu garanto!
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Não conhecia a sua história de vida. Rustin foi muito importante na história dos Direitos Humanos nos Estados Unidos, por isso a produtora de filmes de Barack e Michelle Obama decidiu, e bem, fazer este filme. Nos anos 60 ser um homem político, homossexual, era muito difícil, mesmo perigoso. Rustin era encantador, era determinado, era corajoso e, acima de tudo, era o tipo de homem de colocar a “mão na massa”. Um homem de ação, que concretizava desejos, que materializava intenções. Organizou a maior marcha sobre Washington D.C., em 1963, contra tudo e contra todos. Ele e meia dúzia de gente com capacidade de trabalho, fez algo inimaginável. Filme obrigatório, histórico, fundamental. Não perca.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Mesmo com o racismo e a homofobia, o ativista Bayard Rustin ajudou a mudar o curso da história dos Direitos Civis ao orquestrar a Marcha sobre Washington em 1963.
Direção: George C. Wolfe
Elenco: Colman Domingo, Chris Rock, Glynn Turman.
Link do trailer e informações: