Que filme! É até meio difícil colocar em palavras a quantidade enorme de sensações e emoções pelas quais passeamos ao fazer essa viagem com Elton John.
É muuuito difícil fazer um musical que não obedeça ao modelo clichê – uma cena, uma musiquinha e lá vai o enredo. No caso da vida de Elton John, a música é o enredo e nos faltava saber o que ele sentia/vivia no momento em que cada música era composta. E, embora todos nós tenhamos momentos de infelicidade e a sensação nítida de que os pop stars são ricos, famosos e, consequentemente, felizes, nada é tão forte quanto a falta absoluta de amor pela qual passou a vida dele – e sua busca pelo amor, a sensação da longa caminhada, dos inúmeros desvios, das pessoas miseráveis, dos pais vivos e terrivelmente frios, implacavelmente críticos, censores e distantes.
Há momentos em que a gente nem percebe que começou a chorar. Nada que seja histriônico, mas há cenas magnificas, sensíveis e outras que têm a magnitude de Elton John – como onde ele canta Pimball, da Ópera Tommy – ele fez toda a trilha sonora de uma ópera rock estrelada pelo The Who (!) – para os menos fãs.
Tecnologia de ponta, tem; interpretações incríveis, um protagonista perfeito, incrivelmente semelhante – tão semelhante que parece que Elton o criou pra este momento – tem; elenco maravilhoso, tem; cenários e figurinos idênticos aos originais, tem. Tem tudo o que a gente quis e mais do que a gente imaginou que saberia, veria e se espantaria dada a frieza na qual ele viveu.
ROCKET MAN marca a vida de gerações do mundo inteiro e poder assistir ao dedo de Elton na regência, na produção executiva é ver arte. O elenco é DELIRANTE, ESPETACULAR, INCRÍVEL! – e a ideia de todos cantarem - não o tempo inteiro - mas o suficiente pra nos enredar na história é também de muito bom gosto e bom senso.
Preparem-se pra viagem e por favor – EMBARQUEM! - Porque quem não for, vai se arrepender para o resto da vida! Nem pensem em ver na TV, nem pensem em ver no computador e nem delirem em ver pelo celular – é filme pra telona, cinema, bacana, a gente chorando, sentadinha na cadeira, com tudo o que tem direito, ok?
ANA RIBEIRO
Diretora de teatro, cinema e TV
Muitas críticas serão feitas ao filme, alguns países cortarão cenas, como a Rússia, mas Elton John teve a possibilidade de contar a sua história. Da sua forma e como ele a viveu e quer que seja conhecida. Estamos habituados a ouvir as histórias de vida dos famosos pelos outros. Elton John fez o que todos deveriam fazer. Contou a sua história. E devemos aceitar porque ele sempre teve de engolir o que cada um falou e achou dele. E de um artista sincero veio a sua história real. A sua. Todos sofremos o mesmo. Outros contam o que nos aconteceu e falam o que querem. Poucos podem contar como foi o que aconteceu, dentro de si, o que viu, o que sentiu e como fez, como lidou com isso. Deveríamos seguir o seu exemplo. Seguir a nossa pureza, a natureza dentro de nós, e fazer algo que provoca o bem estar – nosso e dos outros. Contar histórias, mostrar como fizemos, partilhar, para servir de referência ou ajuda aos outros.
Hoje em dia o vazio e a futilidade ganham visualizações procurando o sucesso de pessoas como Elton John. O que pensarão quando assistirem a um filme que mostra que o sucesso deste ser humano, vem de um ouvido absoluto, um talento que foi desenvolvido até ao limite, de uma dor e tristeza profundas pela falta de amor e carinho na sua infância e de uma capacidade de comunicar pela música, a sua doçura e pureza de alma? Devem estar confusos.
Suspeito que venha a ser um dos filmes mais vistos de sempre. E merece. Desde o início que a trilha sonora do filme vem com as suas músicas. Afinal, para quê contratar um profissional de trilhas? Chega a ser engraçado.
Me emocionei desde o início. Poder saber o que Elton John viveu, contado por ele, é uma grande honra. Poder testemunhar a genialidade, a forma como ele se depara com suas capacidades e o espanto dos que assistem à exteriorização da beleza musical de uma alma. Mais uma vez o gênio se sente só, incompreendido, sem ninguém que alcance totalmente o que ele tem dentro de si.
Uma produção fantástica, excelentes atores. Todos cantam bem. Desde o filme Billy Elliot, que sou fã de Jamie Bell. Continua lindo, e agora um homem charmoso e talentoso. Muito fofo. Grande ator. Sobre o ator que faz o papel de Elton John...a partir de agora vou confundir um com o outro sempre. Acho que isso diz tudo sobre o quanto foi bom.
Um filme sensorial, musical,...sensacional.
A partir de hoje, juntamos ao nosso querido parceiro, Circuito Saladearte, o nosso novo parceiro, Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha. Duas grandes honras que faremos tudo para estar à altura. O Bug Latino e as Anas estão muito gratos.
Ana Santos, professora, jornalista
Informações sobre o filme:
https://www.imdb.com/title/tt2066051/
Site Circuito Saladearte
Site Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha – Salvador