Já era de se esperar – o mundo ao redor da mente de Barack Obama é complexo e cheio de questionamentos para os quais a grande maioria das pessoas nunca pensou - e o filme mostra esse estado de curiosidade contaminada de questionamentos o tempo inteiro.
O ator Devon Terrell, protagonista do filme, trouxe a fofura do Barack Obama na mesma medida, ao mesmo tempo em que enriqueceu nossa imaginação ao se encapsular dentro de perguntas e sofrimentos variados e intermináveis. Logo se vê o motivo pelo qual o “original” conseguiu conquistar quase todos os corações com sua capacidade de se colocar no lugar dos outros.
BARRY não é um filme de ação – ele corre um pouquinho e só na hora em que joga basquete – mas é tão rico de experiências mentais que ao final da história a gente fica querendo ver como aconteceu dele conhecer Michelle, o momento em que se envolveu com política partidária, quem foi sua avó e tudo ao redor da criatura encantadora que deve ter sido sua mãe – embora ausente na sua busca por respostas.
Embora seja um filme leve, não mostra um jovem Obama leve – ele apenas ainda não sabia o que teria que carregar aos ombros, no futuro, além de ser informal mesmo nos momentos onde sua tristeza ultrapassava sua formalidade, já no cargo de Presidente.
Quando você vive uma situação tão nonsense no seu País, como estamos vivendo; quando o seu Presidente é tão cru que nem consegue morder um salgadinho sem se sujar, tanto quanto não tem bons modos pra se limpar, você olha uma mente brilhante em movimento e fica naquele estado de inveja do qual nunca consegui sair no caso da escolha dele para Presidente dos Estados Unidos. O Brasil se deve uma escolha menos simplória e nefasta, no futuro.
BARRY é um filme mental, que nos faz buscar no nosso catálogo interior uma pessoa que saiba administrar, tanto quanto sabe dedicar-se a se interessar por tudo: pela vida, pelo outro, pela solução de problemas estruturais e estruturantes do nosso mundo. Vale à pena assistir.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Barry, nos apresenta uma parte da vida de Barack Obama. Nos mostra como um homem tão especial é também um ser humano comum com suas indecisões, dúvidas, inseguranças. Temos muito o hábito de olhar as pessoas famosas e influentes como seres diferentes. Por vezes nem as vemos e nem as entendemos como pessoas. Esta filme é ótimo para perdermos essa inocência e percebermos como o que estas pessoas alcançam se torna ainda mais difícil e mais especial. Fazer caminhos que ninguém fez parece tão fácil quando os vemos sorrindo, com dinheiro e com aplausos, mas é tão difícil quanto o difícil das nossas vidas.
Barack Obama me merece todos os elogios e toda a admiração do universo. Um humano que conseguiu coisas inacreditáveis, inimagináveis.
Um filme bem feito, com um roteiro muito interessante, moderno. Com atores conhecidos, talentosos. O ator que faz de Barack é lindo, expressivo, doce, devagar. Uma escolha cirúrgica com toda a certeza porque é sensacional. Captou lindamente os movimentos, detalhes corporais, faciais, mesmo da boca e lábios de Obama. Um desempenho fascinante.
Barry, é um filme imperdível por ser real, por nos mostrar uma época muito particular de Nova Iorque e por nos mostrar Barack Obama sem filtros. Amei, amei, amei.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Um olhar sobre a juventude do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Diretor: Vikram Gandhi
Elenco: Devon Terrell, Anya Taylor-Joy, Jason Mitchell
Informações e trailer: