
(NOMEAÇÃO A OSCAR)
Curta na disputa do Oscar que a gente assiste e se deixa envolver pelo filme com uma frase: “Muitos querem ser os principais, com os solos, mas eu nunca quis essa disputa. Queria fazer parte do corpo, do coletivo”. Essa é Orin O'Brien e sua forma de pensar absolutamente única porque, sendo genial, decorando cada nota, de cada sinfonia, apenas para ter a possibilidade de olhar dentro dos olhos dos maestros, buscou a perfeição de cada nota. Se pensarmos quantas notas tem uma sinfonia, conseguimos alcançar a dimensão do que ela buscava.
O filme não é uma grande produção, o que não lhe tira nada, pelo contrário. A sobrinha, o ambiente, sua mudança, os contrabaixos, o piano, amigos, seu sofrimento vendo “seus pets” (os instrumentos) sendo manipulados não caberiam na super sofisticação de Hollywood.
E não é que foram parar lá?
Adorável enquanto personalidade, disciplina e dedicação. Ver em casa com papais e mamães falando da importância desses “ingredientes” de personalidade para a vida é uma aula dada; um passe pra gol. Em sendo adulto, A ÚNICA MULHER NA ORQUESTRA é um aviso de que viver é uma luta onde mesmo sendo perfeito, você não tem a garantia de agradar, que o machismo é vivo e faz parte das nossas vidas, mas que mesmo assim, tudo é possível.
Vale cada minuto, cada nota, cada mergulho.
Ana Ribeiro, diretora de cinema, teatro e TV
Pequeno documentário interessante.
“A aclamada e imponente orquestra “New York Philharmonic” foi um bastião dominado pelo género masculino durante a esmagadora maioria dos seus 180 anos de existência. Sinal dos tempos, desde 2022 conta com 45 músicos do sexo feminino e 44 do sexo masculino” (1). A partir de 1966 teve a primeira e única mulher, durante bastantes anos - Orin O’Brien. Linda, exuberante, independente, carismática, intensa e determinada. Viveu algumas experiências estranhas como única mulher no meio de tantos homens, durante viagens para os concertos.
O documentário mostra um pouco da sua personalidade, da sua relação com os alunos, com os instrumentos e do momento em que ela se despede da Orquestra.
Está na Netflix e é curto – 23 minutos. Está indicado aos Oscares.
Ana Santos, professora, jornalista
Sinopse: Esta história de herói desconhecido celebra a pioneira musicista Orin O'Brien e o contrabaixo que ela toca.
Direção: Molly O'Brien
Elenco: Orin O'Brien, Carlos Barriento, Leonard Bernstein
Trailer e informações:
https://www.imdb.com/pt/title/tt29497240/
(1)Trecho retirado do link https://romainversa.com/mulheres-ultrapassam-os-homens-na-new-york-philharmonic/